Educação
Duas escolas de Pelotas entram na luta contra a homofobia
Colégio Municipal Pelotense hasteou a bandeira símbolo LGBT e o Instituto Assis Brasil tratou do tema em palestras
Gabriel Huth -
Pelo menos duas escolas públicas tiveram, nesta quinta-feira (17), atividades relacionadas ao Dia Internacional da Luta Contra a Homofobia. No Colégio Municipal Pelotense, uma bandeira com as cores do arco-íris foi hasteada no mastro principal e, no Instituto Estadual de Educação Assis Brasil, a manhã foi de palestras sobre a temática. Nas duas escolas, o ambiente era de apoio ao fim de preconceitos e de respeito com a diversidade.
Sentada em frente ao Colégio Pelotense aguardando o fim do horário escolar para pegar seu filho, Andreia Lima gostou da ideia. "Acho que preconceito faz mal em qualquer situação. Amanhã pode ser com o meu filho ou com o filho dela", comenta. O discurso é replicado pela avó de dois alunos, Tereza da Costa. "Tem todo o meu apoio", reforça.
No colégio, foi confeccionada uma bandeira que juntava os dois símbolos tradicionais: o arco-íris com o Gato Pelado. Na noite de terça-feira, foi organizada uma esquete teatral falando sobre os problemas do preconceito. Na mesma noite, a bandeira foi hasteada. O diretor Arthur Katrein lembra que debates deste tipo têm amparo legal no Plano Municipal de Educação, instituído durante o governo Eduardo Leite (PSDB). Entre as diretrizes estão a superação de desigualdades e o respeito aos direitos humanos e à diversidade de gênero e orientação sexual.
O professor de Matemática José Francisco Vieira, que leciona nas duas escolas, foi um dos articuladores das atividades, que tiveram apoio de ambas as direções. "A gente não pode falar mais em tolerância, que é algo que se engole a seco, e sim em respeito", diz. A diretora Magna Lameiro falou da importância de reunir dados locais sobre jovens que sofrem com homofobia ou que são agredidos em função da sexualidade, para que isso seja tratado nas escolas. Ela citou casos de depressão e tentativas de suicídio, cada vez mais comuns na faixa etária de estudantes.
Sentada ao fundo do auditório assistindo à palestra com colegas, a estudante Dieniffer Rachinhas, ao ser questionada sobre como via o preconceito, classificou como "coisa do século passado". O título da palestra era Diversidade é amor e se resolve com educação, ministrada pelo professor Wagner Custódio. "É importante e até necessário falarmos disso na escola, apesar do Assis Brasil ser uma escola tranquila quanto a esta questão", opinou a aluna.
Luta contra a homofobia
Foi no dia 17 de maio de 1990 que a homossexualidade deixou de ser considerada uma doença pela Organização Mundial da Saúde (OMS). Ser gay, há 28 anos, estava incluído lista de enfermidades chamada Classificação Estatística Internacional de Doenças e Problemas Relacionados à Saúde. A data ficou marcada como o Dia Internacional de Lutas Contra a Homofobia. Conforme um estudo divulgado pelo Grupo Gay da Bahia (GGB), em 2017 foram mortos no brasil 445 lésbicas, gays, bissexuais, travestis e transexuais - o número é o maior desde quando os dados passaram a ser levantados, há 38 anos.
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